Há 20, 25
anos o homem dessa história era tudo que sua mulher queria.
O tempo foi
passando, passando, passando e as coisas foram mudando.
O homem
teve alguns problemas, ficou doente, mais velho e já não tinha a mesma
aparência de antes.
Com os
problemas que o tempo trouxe, o homem, que era trabalhador autônomo, já não
tinha a mesma situação financeira de antes, passando por algumas dificuldades e
sendo assim já não podia dar o mesmo conforto para a família que ele dava há
alguns anos.
Com essa
triste realidade a mulher já não sentia a mesma atração e o mesmo amor que
antes sentira quando se conheceram.
Até que um
dia ela pegou tudo que achava de direito e foi embora levando o que eles tinham
de mais precioso, o lindo filho do casal.
Os dias
foram passando e o homem, que já estava doente, foi ficando mais e mais
depressivo, já não se alimentava direito, barba sempre por fazer, e acreditando
que nunca mais teria uma família ou alguém que o amasse ele pensou em suicídio.
Dia-a-dia
ele pensava em como faria para passar dessa para melhor e para ter coragem ele
começou a beber.
Bebia mais
e mais até que, andando sem rumo ali pelo bairro onde morava, avistou a sua
antiga mulher com amigas e amigos em uma mesa de uma lanchonete, rindo,
demonstrando grande felicidade.
Ele começou
a pensar que se ele morresse seria apenas ele mesmo que perderia tudo nessa
história toda, pois para todos nada mudaria com a sua morte, então ele resolveu
fazer o que ele, com sua mente sofrida, achava ser o mais justo e resolveu que
se sua vida estava destruída a vida da ex mulher também deveria estar pois ele
achava que ela era a principal causadora de tudo o que estava lhe acontecendo.
Chegou a
sua casa, pegou um carrinho de mão que estava no quintal, colocou dentro o
televisor, o forno de microondas e o aparelho de DVD e levou para vender em uma
loja de móveis usados, voltando com o pouco dinheiro que conseguiu.
Havia pelas
redondezas uma “boca de fumo”, local onde os traficantes vendem drogas, e ele
foi até lá perguntando onde poderia comprar uma arma de baixo custo.
Comprou um revolver velho com
algumas balas de igual estado de conservação, foi onde a sua ex trabalhava como
manicure e sem dizer nada lhe apontou a velha arma e deu 3 tiros. O primeiro e
o segundo falharam, mas o terceiro foi fatal, matando sua amada naquela manhã
de Sábado. Logo em seguida levou o cano enferrujado para a direção de sua
própria cabeça apertando o gatilho por várias e várias vezes, mas a munição
velha e úmida não o deixou terminar seu intuito.
Logo foram
chegando os curiosos que ouviram o estampido do único tiro e ouviam-se os
gritos da multidão: -“Quem ama não mata!”, “Ninguém é obrigado a ficar com quem
não quer!”, “Homem que não tem capacidade que faz isso!”, “Pega ele!!!”, etc.,
etc., etc.
O povo fez
a primeira vontade do homem, que era deixar essa vida, linchando-o a golpes de
paus, pedras e chutes.
Passado
algum tempo aquela criança, filho do casal, resolveu contar a sua história e a
história dos seus pais escrevendo essa crônica. Meu nome é..., bem, meu nome
não importa, pois a minha história se confunde com a história de muitos homens,
mulheres e crianças desse mundo a fora.
Mario Sérgio
Nenhum comentário:
Postar um comentário