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sábado, 17 de dezembro de 2016

APENAS UMA HISTÓRIA



            Há 20, 25 anos o homem dessa história era tudo que sua mulher queria.

            O tempo foi passando, passando, passando e as coisas foram mudando.
            O homem teve alguns problemas, ficou doente, mais velho e já não tinha a mesma aparência de antes.
            Com os problemas que o tempo trouxe, o homem, que era trabalhador autônomo, já não tinha a mesma situação financeira de antes, passando por algumas dificuldades e sendo assim já não podia dar o mesmo conforto para a família que ele dava há alguns anos.
            Com essa triste realidade a mulher já não sentia a mesma atração e o mesmo amor que antes sentira quando se conheceram.
            Até que um dia ela pegou tudo que achava de direito e foi embora levando o que eles tinham de mais precioso, o lindo filho do casal.
            Os dias foram passando e o homem, que já estava doente, foi ficando mais e mais depressivo, já não se alimentava direito, barba sempre por fazer, e acreditando que nunca mais teria uma família ou alguém que o amasse ele pensou em suicídio.
            Dia-a-dia ele pensava em como faria para passar dessa para melhor e para ter coragem ele começou a beber.
            Bebia mais e mais até que, andando sem rumo ali pelo bairro onde morava, avistou a sua antiga mulher com amigas e amigos em uma mesa de uma lanchonete, rindo, demonstrando grande felicidade.
            Ele começou a pensar que se ele morresse seria apenas ele mesmo que perderia tudo nessa história toda, pois para todos nada mudaria com a sua morte, então ele resolveu fazer o que ele, com sua mente sofrida, achava ser o mais justo e resolveu que se sua vida estava destruída a vida da ex mulher também deveria estar pois ele achava que ela era a principal causadora de tudo o que estava lhe acontecendo.
            Chegou a sua casa, pegou um carrinho de mão que estava no quintal, colocou dentro o televisor, o forno de microondas e o aparelho de DVD e levou para vender em uma loja de móveis usados, voltando com o pouco dinheiro que conseguiu.
            Havia pelas redondezas uma “boca de fumo”, local onde os traficantes vendem drogas, e ele foi até lá perguntando onde poderia comprar uma arma de baixo custo.
Comprou um revolver velho com algumas balas de igual estado de conservação, foi onde a sua ex trabalhava como manicure e sem dizer nada lhe apontou a velha arma e deu 3 tiros. O primeiro e o segundo falharam, mas o terceiro foi fatal, matando sua amada naquela manhã de Sábado. Logo em seguida levou o cano enferrujado para a direção de sua própria cabeça apertando o gatilho por várias e várias vezes, mas a munição velha e úmida não o deixou terminar seu intuito.
            Logo foram chegando os curiosos que ouviram o estampido do único tiro e ouviam-se os gritos da multidão: -“Quem ama não mata!”, “Ninguém é obrigado a ficar com quem não quer!”, “Homem que não tem capacidade que faz isso!”, “Pega ele!!!”, etc., etc., etc.
            O povo fez a primeira vontade do homem, que era deixar essa vida, linchando-o a golpes de paus, pedras e chutes.
            Passado algum tempo aquela criança, filho do casal, resolveu contar a sua história e a história dos seus pais escrevendo essa crônica. Meu nome é..., bem, meu nome não importa, pois a minha história se confunde com a história de muitos homens, mulheres e crianças desse mundo a fora.


Mario Sérgio

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